Dica – Seu filho tem dificuldades em se alimentar?

Como estamos no mês das crianças vou falar um pouco dos nossos pequenos e já que em outubro do ano passado falei sobre OBESIDADE INFANTIL , esse ano vou falar do oposto: crianças que têm dificuldades na alimentação. Para que seu filho coma de tudo, o ideal é incentivá-lo desde pequeno a comer alimentos de sabores e texturas variados.
É comum ouvir essa queixa vinda dos pais e muitos realmente ficam desesperados ao ver seus filhos recusando todo tipo de alimento. A repulsa é legítima, mas é bom saber que o apetite tende a diminuir dos 3 aos 6 anos de idade, período em que o ritmo de crescimento desacelera, refletindo diretamente no apetite, sem contar a influência dos amiguinhos, isso é fato.
A primeira atitude quando as crianças não comem ou só querem saber de beliscos, é procurar o pediatra ou nutricionista para uma avaliação. Na consulta é verificado se há alguma deficiência e analisam-se os hábitos alimentares da criança e da família. Assim podemos orientar os pais quanto a substitutos de equivalência nutricional, exemplo: a criança pode “odiar” leite porém “adorar” iogurte. BINGO! Vamos ofertar o iogurte então, assim não perderá cálcio, ferro e nutrientes que contém nos dois, temos sim que levar em consideração o paladar, o gosto de quem vai adquirir o alimento, obrigação se torna algo sem prazer e isso é um erro. Se necessário, o profissional orienta os pais a fazerem uma reeducação alimentar também, pois as crianças tendem a imitar quem cuida delas, o exemplo vem dos mais velhos não é mesmo?
O pequeno começa a conhecer novos alimentos a partir dos 6 meses de idade, quando são introduzidas novidades em seu cardápio. Nesta fase é super importante que os pais ofereçam a ele alimentos de sabores e texturas variadas. Assim, quando completar um ano de vida estará apto a comer o mesmo que o restante da família, com pequenas modificações.
Mas se ele se recusa a comer, não é recomendado à utilização de truques para enganá-lo e fazê-lo engolir o que não gosta. O correto é respeitar suas escolhas e orientá-lo a ter hábitos saudáveis. Isso não quer dizer que você não possa dar uma forcinha, convidando os amiguinhos de seu filho para o lanche ou mudando de ambiente. Muitas mães contam que seus filhos comem alimentos na escola que recusam em casa. Isso acontece devido ao ambiente de socialização e à presença de outras crianças comendo. Falando nisso é importante saber o que colocar na lancheira de seu filho, podemos sim ter alimentos nutritivos e práticos ao mesmo tempo.
Se o seu objetivo é acostumar seu filho a se alimentar melhor, o aconselhado é rever sua lista de supermercado, evitando comprar alimentos super salgados ou doces, com pouco ou nenhum valor nutricional. Vamos tentar não ter tentações dentro de casa já que fora dela já estamos rodeados. Nenhum alimento deve ser proibido, mas o consumo precisa ser consciente, mesmo quando a criança é magrinha. Faça acordos com ela durante as compras do que levará de beliscos naquele mês, deixando claro que no mês seguinte levará outros diferentes, não precisando comprar de tudo em um único dia para haver equilíbrio. Leve seu filho aos sacolões e feiras livres, onde as frutas e legumes são dispostos de forma atrativa e se pode experimentá-las. O resultado é surpreendente porque nestes locais ninguém está forçando nada e, como as crianças são muito curiosas, sempre descobrem uma fruta ou legume diferente.
Nunca se deve chantagear uma criança, obrigando-a a comer em troca de sobremesa, agindo assim já estão dando a informação que o alimento é ruim e a recompensa (o doce) é o melhor, o presente. Assim quando se tornam adultos e sofrerem por algo vão usar o doce como consolo e aí vem outro problema que já citamos anteriormente, usar o alimento para curar o emocional e não devemos comer emoções.

“Temos sim que levar em consideração o paladar, o gosto de quem vai adquirir o alimento, obrigação se torna algo sem prazer e isso é um erro”

“Nunca se deve chantagear uma criança, obrigando-a a comer em troca de sobremesa, agindo assim já estão dando a informação que o alimento é ruim e a recompensa (o doce) é o melhor, o presente”