Dicas – Esteatose hepática (gordura no fígado)

Esse mês resolvi falar sobre uma patologia específica onde é de extrema importância o acompanhamento nutricional. Observo que está cada vez mais frequente o número de pacientes com exames laboratoriais e clínicos com diagnóstico de esteatose hepática e muitos não sabem o que isso significa, tentarei ser clara.
A esteatose hepática é uma condição do figado causada pelo acúmulo de gordura no mesmo.
O termo hepático tem origem grega e significa fígado. Esteato é o termo que indica relação com gordura. Portanto, esteatose hepática significa literalmente fígado gorduroso.
Nosso fígado possui normalmente pequenas quantidades de gordura, que compõe cerca de 10% do seu peso. Quando o acúmulo de gordura excede esse valor, estamos diante de um fígado que está acumulando gordura dentro do seu tecido.
Antigamente acreditava-se que o acúmulo de gordura no fígado era causado apenas pelo consumo exagerado de bebidas alcoólica e foi constatado que esse não é o único fator. Por isso os casos são divididos em esteato hepatite alcoólica e não alcoólica.
Quanto maior e mais prolongado for o acúmulo de gordura no fígado, maiores são os riscos de lesão hepática. Quando há gordura em excesso e por muito tempo, as células do fígado podem sofrer danos, ficando inflamadas. Este quadro é chamado de esteato-hepatite ou hepatite gordurosa. A esteato-hepatite é um quadro bem mais preocupante que a esteatose, já que cerca de 20% dos pacientes evoluem para cirrose hepática (cicatrização dessa gordura).

Causas de esteatose hepática

Não se sabe exatamente por que alguns indivíduos desenvolvem esteatose hepática, mas algumas doenças estão claramente ligadas a este fato. Podemos citar:
– Obesidade. Mais de 70% dos pacientes com esteatose hepática são obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco.
– Diabetes Mellitus . Assim como a obesidade, o diabetes tipo 2 e a resistência à insulina também estão intimamente relacionados ao acúmulo de gordura no fígado.
– Colesterol elevado. Principalmente níveis altos de triglicerídeos.
– Drogas. Várias medicações podem favorecer a esteatose.
– Desnutrição ou rápida perda de grande quantidade de peso.
– Cirurgias abdominais, principalmente “bypass gástrico”, retirada de partes do intestino e até cirurgia para remoção da vesícula
– Gravidez.
Não é preciso ter alguma das condições citadas acima para ter esteatose hepática. Pessoas magras, saudáveis e com baixa ingestão de álcool também podem tê-la, apesar deste fato ser menos comum.

Tratamento da esteatose hepática

Deve ser o tratamento dos fatores de risco citados acima. A fase de esteatose pode ser reversível apenas com alterações dos hábitos de vida. Alimentação rica em fibras, sem gorduras, sem álcool para não agredir ainda mais o órgão que já encontra-se debilitado.
A perda de peso é, talvez, a mais importante medida. Todavia, deve-se limitar a perda de peso ao máximo de 1,5 kg por semana para se evitar uma piora do quadro, e isso só irá ocorrer com alimentação equilibrada, nada drástico. A prática regular de atividade física também ajuda muito, pois diminui o colesterol e aumenta o efeito da insulina.
Deve-se controlar o colesterol, o diabetes, e se possível, trocar drogas que possam estar colaborando para a esteatose.